quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Todos através de uma imagem


A magia da fotografia nunca esteve tão presente nas redes sociais. Um celular na mão, Instagram ativado e foto compartilhada no seu perfil da rede social. Cada vez mais esse ato de ir além da barreira mnemônica se mostra um agente relacionador e agora mais do que nunca, nossa extensão dentro da rede.
Digamos assim que o Instagram é uma evolução das máquinas polaroids. Lembram delas, né?! Aquelas câmeras que revelavam as fotos instantaneamente.
A grosso modo, a tecnologia do Instagram se sustenta nisso: tirar uma foto e postar no seu perfil das redes sociais para que o maior número de pessoas vejam, curtam e comentem aquilo que você está fazendo. Claro que a semelhança com a polaroid não parou por aí e o negócio evoluiu e atualmente você edita, muda a cor, constraste e brilho no celular antes de postar.
Mesmo com todo esse upgrade no modo de se registrar um momento com uma fotografia, sua intenção é cada vez mais questionável.
Vamos ser francos. Quem nunca olhou as atualizações alheias e se deparou com alguma foto do Instagram e fez a pergunta: Por que publicar um foto dessas?
A medida que vamos incorporando esse ato instantâneo de estar em determinada situação, fotografar a cena e compartilhar na rede social, mostramos o quanto essa tecnologia virou uma 'parte' indissociável de nós.
Sim, aquela singela fotografia compartilhada só mostra o quanto o Instagram e as redes sociais vão além do conceito de Mcluhan de que os meios de comunicação são uma extensão do homem.
Digo que vão além justamente pelo fato de que a relação situação-Instagram-rede social tornou-se tão comum, mas tão comum mesmo que qualquer lugar e qualquer situação virou motivo para que todos seus amigos no Facebook e no Twitter vejam o você está fazendo. E mais: todos veem seu ponto de vista e localização sobre determinada situação. Estamos sendo engolidos, literalmente, pela nova tecnologia. Engolidos e condicionados a encontrar situações a qualquer custo para fotografar, postar e esperar as curtidas e os comentários.
Essa discussão lembra muito a análise de Mcluhan sobre o mito grego Narciso. O pobre (?!) Narciso construiu "um sistema fechado, e demonstrando que os homens se tornam fascinados por qualquer extensão de mesmos em qualquer material que não seja o deles (sic)".
Nessa mesma analogia é fácil perceber que nós hoje fomos modificados pelo ascendente Instagram. Querendo ou não o modo de fotografar, selecionar situações e se posicionar dentro delas foi modificado.
Anda faltando a velha magia de se fotografar...


** A imagem que ilustra o post é uma promessa para um futuro próximo da fotografia digital nas redes sociais. Uma máquina digital semelhante a polaroid com os recursos do Instragram.



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