terça-feira, 20 de novembro de 2012

Até que uma rede social os separe



[...] "Fica postando besteira nesse Facebook só pra me irritar. Não me leve a mal, eu não tenho tempo pra lhe dar moral. Tira uma foto e joga no Face dizendo que já vai curtir. Eu não estou nem aí. Não pense que isso vai me atingir".
Fim de relacionamento? Provavelmente.  O trecho acima é de uma música da banda Furacão do forró, lançada recentemente, e  traduz perfeitamente as discussões de término de relacionamento atuais. Em tempos de namoros e casamentos de domínio público, as redes sociais ganharam um papel duplo: cúmplice e 'o' causador da discórdia entre vários casais.

Digamos que a vida dentro da web tornou as relações ainda mais conflitantes. Antes do boom das redes sociais, o relacionamento terminava, o casal devolvia um ao outro as coisas que compartilharam durante o tempo juntos, apagavam seus telefones das agendas e evitavam frequentar os mesmos lugares para esquecer que o outro existia.
Mas, como fazer isso vivendo em um mundo digital onde se tem enésimos amigos em comum nas redes sociais e  onde não é muito difícil descobrir onde, o que, quando, como e com quem estava seu/sua ex-namorado (a)?
Será que a culpa é mesmo das redes sociais ou dos casais que estão atrás de seus gloriosos 15 Kbps de fama?
O Youpix divulgou uma pesquisa da MultiFocus/NetQuest sobre o comportamento dos casais dentro das redes sociais. O resultado aponta para duas situações. A primeira é que boa parte dos entrevistados diz não se importar com a perca da privacidade e revelarem suas intimidades na web.
Na outra ponta estão 62% dos entrevistados pelo Instituto que afirmaram que cada vez mais as pessoas 'curtem' observar a vida amorosa alheia nas redes sociais.
Daí podemos concluir algumas coisas.
# Os relacionamentos quando expostos nas redes sociais dão ibope. Isso é fato. Conte entre seus amigos quantos deles postam fotos juntinhos, fazem declarações de amor e em casos extremos, deixam você atualizado sobre as brigas e DR's.
#Se a exposição dos relacionamentos dá ibope, é porque tem interessados. Bingo! A pesquisa da MultiFocus mostra isso.
#Se os relacionamentos dão ibope e tem interessados, os términos de namoro e atualizações de status para solteiro bombam nas redes. Há quem chegue ao ponto de mudar o status ou escancarar uma briga, como no trecho da música lá no começo do post,  esperando as curtidas.
Ainda há como fugir dessa exposição? Isso vai depender muito do casal. O bom é viver mais a vida a dois no mundo real e rezar para serem felizes, até que a mesma rede social que uniu os separe.


terça-feira, 6 de novembro de 2012

A depressão que os anos trouxeram de volta para o Facebook


Lá pelos idos da década de 50 do século XIX, um grupo de jovens poetas brasileiros dava início a um movimento literário que ficou conhecido como Ultra Romantismo, que era caracterizado pelo pessimismo, importado do grande influenciador do movimento, o escritor inglês Lord Byron.
Nas palavras de Marina Cabral, especialista em literatura, era um sentimento de inadequação à realidade, ócio, desgosto de viver. Essa geração sentia-se “perdida”, não tinha nenhum projeto no qual se apegar.
Hoje passados mais de 160 anos, o conceito cai como uma luva na geração que anda ditando  moda nas redes sociais com os enésimos perfis da depressão.
Nunca esteve tão na moda ser depressivo e mal humorado!
Nem Casimiro de Abreu ao escrever os versos de 'Meus oito anos' iria imaginar o quanto esse misto de forever alonice com depressão iria longe:


Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!


Quem é que nunca curtiu os pensamentos da página do Hipster da Depressão, Coruja da Depressão, Depressiva da Depressão e agora até o Chapolim ?
A moda se alastra principalmente pelo Facebook e também pelo Twitter e ganha cada vez mais adeptos. E para conseguir tocar na sua ferida e dar aquele tom de reafirmação da sua bad, a onda da depressão agora é bem segmentada. Cada profissão tem a sua e conta os dissabores a amarguras vividos por esses profissionais.
É Analista de mídias sociais da depressão, jornalismo da depressão, oceanógrafo da depressão... e por aí vai.
Como não podia faltar, muitos escritores brasileiros também ganharam sua cota ácida, a exemplo de Clarice Lispector. Apesar de ela ser nossa contemporânea e não pertencer ao grupo percussor da moda depressiva na literatura, o perfil Clarice de TPM brinca um pouco com sua personalidade, apesar de nem todas as frases atribuídas de fato serem de Lispector.

# Do mundo fantástico para a realidade

Falando em números, a depressão no mundo real anda batendo recordes e duelando com a depressão do mundo digital. A revista Galileu trouxe números interessantes e reveladores. O Brasil é o país com o maior número de depressivos. No mundo, são mais de 121 milhões de pessoas que sofrem de depressão.
Há ainda uma corrente de médicos americanos que acreditam que as redes sociais causam realmente depressão.  A Academia Americana de Pediatria descreve um novo fenômeno conhecido como “depressão do Facebook “, no qual crianças e adolescentes que gastam uma enorme quantidade de tempo em sites de redes sociais acabam desenvolvendo sintomas de depressão.
Ainda em estudo, os resultados mostram que tem seu fundo de verdade. Os pesquisadores afirmam que as crianças e adolescentes acabam tendo maior facilidade de se relacionar na rede social, deixando de lado a vida social real, caindo numa espécie de confinamento digital. Vamos esperar...

#Mau humor com bom humor

O grande trunfo dos mau humorados de plantão, é tirar onda das intempéries do dia-a-dia e mesmo com mau humor fazer a galera rir. É uma fórmula louca, mas tem dado certo.
Tá aí! Se os anos não lhe trazem mais sua infância querida, ou aquele tempo que você era feliz e não sabia, o remédio é rir. Sem depressão e sem confinamento. Se nada disso resolver, um abraço dá jeito.