Por mais distante que você esteja de toda esta confusão, tenho certeza que o tiro de borracha que a PM jura que mirou no pé e não sei como ricocheteou e atingiu o olho de um fotojornalista e outro que atingiu a repórter da Folha de S.Paulo e as tantas bombas de gás lacrimogêneo vencidas jogadas nos manifestantes, de alguma forma doeram em você. Eu também senti a mesma pancada. Senti a pancada do excesso, da imposição da força sobre um grupo que estava ali pacificamente para tentar de alguma forma pedir que o aumento não acontecesse. Vaidade!
Como explicar que não houve violência, se faltou respeito, não houve negociação, apenas violência. Violência que em algumas pessoas vai deixar marcas pelo resto da vida.
Com certeza alguém na sua time line do Facebook compartilhou a foto do jovem que segura um cartaz em meio à multidão que diz: "Saímos do Facebook". E ele está certo. Se não fossem as redes sociais, muita coisa do que se passou estaria apenas nos relatos de quem foi testemunha ocular dos dias de protesto no Centro de São Paulo.
Boa parte dos movimentos que começaram a ser organizados aqui, tomaram corpo e foram para as ruas. Foi nas redes sociais também que os sentimentos de revolta e descontentamento com as ações e todos os relatos ganharam força, repercutiram na imprensa e estão estimulando o mais importante: a reflexão sobre os episódios.
Não é de hoje que grandes movimentos sociais ganharam força nas redes sociais e derrubaram um sistema. Lembrem do Egito e os outros movimentos recentes mundo afora.
Antes que você pense que o texto vai terminar de forma extremista, convocando para a luta, quero dizer que todo esse movimento é único.
A especificidade acontece pelo fato de você que compartilha uma foto do protesto, produz um conteúdo sobre a revolta do vinagre e posta na Wikipédia, faz um vídeo e coloca no seu canal no YouTube está construindo a história em uma plataforma digital.
Sejamos conscientes, e antes de postar, comentar e se indignar, reflita sobre o lado que você dança nessa música.
Um exemplo aqui (copiado da página Analista de Mídias Sociais da Depressão, do Facebook). A página tá construindo uma lista com todos os protestos contra o aumento das passagens no Brasil. E ele aceita contribuição:
São Paulo
https://www.facebook.com/
Rio de Janeiro
https://www.facebook.com/
Brasília
https://www.facebook.com/
Belo Horizonte
https://www.facebook.com/
Salvador
https://www.facebook.com/
Recife
https://www.facebook.com/
Belém
https://www.facebook.com/
Goiânia
https://www.facebook.com/
Manaus
https://www.facebook.com/
Juiz de Fora
https://www.facebook.com/
++ Adicionados!
Curitiba
https://www.facebook.com/
Niterói
https://www.facebook.com/
Campinas
https://www.facebook.com/
Indaiatuba
https://www.facebook.com/
Maceió
https://www.facebook.com/
Vitória
https://www.facebook.com/
Blumenau
https://www.facebook.com/
Uberlândia
https://www.facebook.com/
Nova Friburgo
https://www.facebook.com/
São José dos Campos
https://www.facebook.com/
Mariana
https://www.facebook.com/
Florianópolis
https://www.facebook.com/
Joinville https://www.facebook.com/
Cuiabá https://www.facebook.com/
Uberaba http://www.facebook.com/
Maringá
http://www.facebook.com/
Guarulhos https://www.facebook.com/
Natal
https://www.facebook.com/