O Nordeste em especial tem variações linguísticas que às vezes beiram um realismo literário. Basta ter um dedinho de prosa com um nordestino para sentir e divagar com as expressões mais variadas possíveis: desde um 'vôte' de espanto a uma 'mangação' da sua cara.
Nem preciso falar dos célebres escritores que descreveram nosso povo e disseminaram os novos verbetes mundo a fora.
Como vinha escrevendo no começo deste post, eu pensava sobre nossa mistura. Esses pensamentos começaram depois de assistir a uma matéria sobre termos genuinamente nordestinos. Até aí tudo bem, se não fosse a forma de trabalhar com o tema, como se fosse um dialeto impenetrável, que apenas com um tradutor do lado seria possível manter contato com uma pessoa do/no Nordeste.
Curiosamente, ou até já presumindo a justificativa, tenta-se impor um 'sotaque universal' dentro do Brasil, a fim de engolir os regionalismos, que dão a identidade a quem fala. Isso é dentro da comunicação, publicidade ou sociedade como um todo.
Sou contra por vários motivos, principalmente por querer sufocar a identidade regional e por criar a sensação de que o nordestino (e todos os outros fora do eixo econômico ativo) não sabem falar, que a região parou no tempo e nunca será como o restante.
Triste é saber que tão pouco se sabe do Brasil e que há inúmeras barreiras a se romper. A primeira delas começa pela fala.
O título do post é mais uma brincadeira com toda essa discussão que transcende a fala e cai em outros campos sociais, políticos, econômicos.... Mas uma coisa é certa: vamos RE pensar como falamos, como os outros ouvem e pensam que somos e principalmente: se vamos nos manter iguais ou mudar a fala para se adequar ao modelo. #ficaadica
*Imagem do Google
Nenhum comentário:
Postar um comentário