quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Jornalismo, espetacularização do fato ou as duas coisas?


Para quem acompanha os noticiários da Globo deve ter visto nos últimos dias a notícia de que o Jornal Nacional foi o vencedor do prêmio Emmy, que contempla os melhores  do jornalismo em todo o mundo. A cobertura da ocupação da Polícia Militar ao Morro do Alemão, no Rio de Janeiro, ganhou na categoria notícia.
Na edição desta quarta-feira (28/09) o jornal foi encerrado de forma diferente da tradicional, com direito a troféu na bancada, um pouco da sensação de William Bonner ao receber o prêmio e, palavras dele, 'dedicação do prêmio à audiência maciça do povo brasileiro ao telejornal'.
Sem deixar de tirar os méritos pela conquista, mas falando mais especificamente da audiência e dos padrões do jornalismo, me volto para a questão título do post: a cobertura foi jornalismo, espetacularização do fato, ou as duas coisas juntas?
Voltando um pouquinho no tempo, exatamente em  1991, relembro da primeira guerra que se pode acompanhar  em 'real time': a Guerra do Golfo. Na época, uma inovação dos padrões jornalísticos, a população começou a acompanhar em tempo real toda a movimentação das tropas americanas em Bagdá. Foi nessa época também que houve a eclosão das  tv's a cabo, que teve início com a CNN. A TV Globo foi uma das primeiras no Brasil a  enviar correspondentes para trazer as informações mais atualizadas. O Jornal Nacional transmitia diariamente flashs da guerra.
Sem ser diferente da cobertura das quedas das torres gêmeas, do sequestro do ônibus 174, da guerra no Iraque, das quedas dos aviões da TAM, GOL e Air France, a tomada do Morro do Alemão tem um tom de guerra ao terror misturado ao longa Tropa de Elite, criando uma atmosfera (minha opnião) apelativa quanto ao tratamento com a notícia.
As palavras de Bonner me fizeram refletir quanto a esse padrão Globo de jornalismo. O gosto da audiência, que a meu ver, eles ditaram, foi 'acostumada' a receber as coberturas nesse tom. Daí pensar em como as coberturas jornalísticas mudaram em tão pouco tempo é pensar também na força que exercem sobre as pessoas, que certos momentos toma um tom novelesco ou nas palavras de José Arbex Jr, um 'Showrnalismo'.

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